segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Alquimia e Alquimistas

Vivendo em pleno século XXI, com formação científica e tecnológica cada vez mais sou levado a acreditar na existência da Alquimia e consequentemente dos Alquimistas.


Deixa eu me explicar antes de ser atirado a fogueira da Santa Inquisição pelos meus eventuais leitores crédulos e praticantes do Racioalismo Científico.

Como usuário profissional e especialista em informática e como aprendiz amador das ciências ocultas da gastronomia e culinária tenho constatado que por mais rigorosos e criteriosos sejam os procedimentos os resultados não são confiáveis e muito menos reproduzíveis seguindo os métodos científicos.

Os fatos que comprovam a minha teoria são:
Venho tentando fazer a instalação de um software de exibição e gerenciamento de vídeos e arquivos multimídia em meu cadinho contemporâneo, ou seja meu notebook de trabalho e não obtenho sucesso, no que pese já te-lo feito em vários outros equipamentos idênticos ou semelhantes ao meu e todos usando o mesmo sistema operacional Windows 7.

Outro fato são os meus esforços para produzir uma boa torta para deleite das tardes de fim de semana.  Depois de examinar dezenas de receitas do mesmo produto, uma torta de maçã, escolhi a que me parecia estar mais perto das minhas pretensões e limitações culinárias.  Por ser uma atividade complexa achei mais prudente dividi-la em três etapas: a massa, o creme e a cobertura.

Nessa oportunidade vou me  ater as considerações sobre a massa.  Depois de repetir inúmeras vezes o mesmo procedimento e obtendo resultados desfavoráveis com massas duras e pesadas, analisei as condições astronômicas, astrológicas e meteorológicas e decidi realizar mais uma incursão nos obscuros meandros dessa atividade.

De posse de todos os ingredientes minuciosamente medidos comecei a manipulação juntado os ovos, (acrescentei um a mais por conta do tamanho daqueles que tinha disponível, mas qual é o tamanho daqueles citados no roteiro) e açúcar (no documento permitia a opção de açúcar cristal ou refinado, optei pelo refinado e desconfio se o resultado seria o mesmo com o alternativa) e misturando rapidamente de modo a não permitir que reações químicas provocassem a degradação das substâncias seguindo da adição da manteiga na temperatura ambiente (qual será a temperatura no local, que o especialista desfrutava no momento em que transferiu para o papel as suas informações culinárias?)  e mais uma vez  emulsificando o conteúdo obtendo apenas uma fase.  Finalmente chegamos ao ponto crítico desta etapa incorporar duas xícaras de farinha de trigo à pomada já obtida de modo a formar uma massa que desgrude da mão.  Gostaria de esclarecer que em  tentativas anteriores consegui o resultado indicado neste momento, sem o sucesso final.  Retornando à atividade e de modo totalmente intuitivo decidi manipular a massa com a mão sinistra, a mão da intuição e do espírito e acrescentar as duas xícaras, já medidas, com a mão destra a mão do racional do consciente fui acrescentando vagarosamente a farinha que foi transformando o conteúdo conforme os procedimentos foram sendo realizados.  Para a minha surpresa  ao aproximar do quarto final do total da farinha, como por um encanto, a massa desprendeu totalmente da mão, momento em que interrompi o acréscimo.  Obtive uma massa elástica, fácil de manipular, o que permitiu forrar a forma com uma camada bem fina e que após quinze minutos em um forno médio ( seja lá o que isso quer dizer ) obtive uma torta macia, mas que mantem a estrutura, pronta para receber o recheio e a cobertura e que desprende-se do receptáculo sem a untar  previamente.

Enfim dois terços do mistério foi desvendado, o creme do recheio e a massa, só falta a cobertura de fruta imersa no maior dos mistério, o caramelo perfeito.

Para os iniciados estou disponibilizando o caminho para acessar os escritos...